sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Soneto do Amor Total




Amo-te tanto, meu amor ... não cante


O humano coração com mais verdade ...


Amo-te como amigo e como amante


Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante


E te amo além, presente na saudade.


Amo-te, enfim, com grande liberdade


Dentro da eternidade e a cada instante.


Amo-te como um bicho, simplesmente


De um amor sem mistério e sem virtude


Com um desejo maciço e permanente.


E de te amar assim, muito e amiúde


É que um dia em teu corpo de repente


Hei de morrer de amar mais do que pude.



Vinícius de Moraes

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